FC Porto 3-1 Académica




O regresso ao tão almejado primeiro lugar foi conquistado com uma exibição bastante consistente. O FC Porto continua a derrotar alguns fantasmas que têm vindo a assombrar a equipa e isola-se, finalmente, no primeiro lugar.
Do jogo contra os estudantes há pouco para comentar. Longe de querer roubar algum mérito ao FC Porto pela forma como vence o jogo, a Académica é uma equipa bastante fraca e incapaz. Para além disso, a abordagem medrosa ao jogo permitiu ao FC Porto um controlo total e acima do normal.

Para esta análise, abordámos individualmente alguns jogadores do sector médio dos azuis-e-brancos.

Herrera


Herrera possui evidentes deficiências técnicas e táticas. Tem o jogo todo mecanizado na cabeça, não percebe que muitas vezes são precisas outras soluções e não as duas ou três que procura o jogo todo. Veja-se este exemplo. A vermelho, o passe que Herrera fez. Para trás, obrigando Brahimi a parar e a permitir que a defensiva da Académica se recompusesse. O passe é facílimo de fazer e colocava o argelino frente-a-frente com Trigueira.

Contudo, há várias formas de esconder as debilidades do mexicano - explorando aquilo em que ele é forte. Herrera é forte fisicamente, é forte a explorar os espaços nas costas da defensiva contrária, é forte a dar profundidade à equipa. Há quanto tempo não se via os dois extremos do FC Porto dentro do bloco e em zonas centrais oferecendo a largura aos laterais? Herrera também procurava bastante as costas dos laterais da Académica que se encontravam bastante expostas devido à marcação quase cerrada que estes realizavam.
Herrera não tem medo de invadir a zona do avançado. Não tem medo de chegar a zonas de finalização e aparece muitas vezes por causa disso. Tendo em conta que Aboubakar costuma descer bastante no terreno para oferecer apoio aos médios, faz sentido que exista outro médio que consiga chegar rapidamente à área.


Aboubakar explicou-nos tudo há uns tempos - "O esquema está muito trabalhado, o treinador quer a equipa a jogar organizada desde a saída de bola do nosso meio-campo para alcançarmos rapidamente o avançado e fazermos subir o bloco. Depois de receber a bola, o avançado toca para o médio, que abre nas faixas, ou procura a profundidade com outro médio que se desmarca, quando o avançado baixa ao círculo central. Tudo é trabalhado, já repetimos esses gestos centenas de vezes, tornou-se automático", numa reportagem da Camfoot.

Dá jeito ter um médio que ataque aquele espaço quando o avançado desceu tanto, não dá? E ficamos por aqui para não falar na forma miserável como a Académica defendeu este lance.


Danilo

Comecemos então a ver como foi o jogo daquele que foi tido por grande parte dos adeptos como MVP da partida, Danilo Pereira. Aqui na saída de bola portista, podemos ver que Rúben Neves dá uma linha de passe fora do bloco e que há um espaço claríssimo nas costas dos avançados da Académica. No entanto Danilo não se mostra, prefere ficar parado atrás do avançado e não dar qualquer solução.




Poder-se-ia pensar que a situação era um caso isolado, no entanto numa situação muito similar, Danilo faz exatamente o mesmo. Esconde-se...


Veja-se este caso, onde Brahimi dá em Maxi e procura zonas mais avançadas do terreno deixando uma clareira na zona de onde saiu. Repare-se no tempo que demora Danilo a perceber para onde devia ir, para onde devia dar linha de passe. Quando se move para o sítio certo já é tarde demais.


Rúben Neves

Rúben Neves tem um adversário em pressão, fixa esse adversário, toca ao lado e vai buscar à frente. Metade do trabalho para fazer uma tabela está feito, o jogador já está fora do lance. Mas Danilo não percebe isso e prefere rodar jogo. O critério com bola do ex-Marítimo está longe de ser forte. Aqui é praticamente obrigatório tabelar com o colega.


E quando não dá por dentro? Joga-se por fora, mas não sem critério e num passe sem utilidade. Joga por fora, mas inventa soluções que outros não vêem e demonstra uma qualidade técnica muito acima da média.


Evandro


Em primeiro lugar, e antes de passar à análise do trabalho de Evandro, gostaríamos de partilhar este vídeo.
Já viram?

Evandro acabou de ganhar a bola no centro do terreno e há um jogador livre do lado direito. Contudo, o brasileiro não coloca logo na linha e prefere, em vez disso, correr com a bola controlada à espera de quebrar a estrutura da Académica. Quando atraiu vários jogadores a si, soltou para a linha. Quantos médios do FC Porto é que fariam isto? Não sabemos... A verdade é que Evandro parece sempre trazer algo diferente ao futebol dos azuis-e-brancos uma vez que não cumpre com aquilo que o treinador pede tanto - lateralizar sempre, sempre, sempre.



O "tribunal do Dragão" não poupou Evandro neste lance assobiando-o porque ele não fez o que "devia fazer". O brasileiro tem tempo e espaço para executar. Layún, na linha, está farto de abrir os braços e de pedir a bola. Porque é que Evandro demora a passar? A resposta é fácil... está à procura de outras soluções e também de temporizar de forma a que Layún possa receber apoio. Apoio? Para quê? Vejam a reação do lateral e do médio direito da Académica e a reação de Indi...



Análise realizada no âmbito da parceria com o FC Porto24
com a ajuda do utilizador BlueHeart
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