Onze violinos

CD Tondela 0-1 FC Porto

Depois da derrota para a Liga dos Campeões, o FC Porto de Lopetegui regressou aos triunfos num encontro em que venceu apenas pela margem mínima. Frente ao último classificado da Primeira Liga, os azuis-e-brancos venceram pela margem mínima e voltaram a deixar claro que atravessam um mau momento.

Apesar de a convocatória já o prever, uma das maiores surpresas do encontro foi o regresso de Herrera à equipa titular. E é mesmo sobre o mexicano que recai a breve e rápida análise de hoje.

Em primeiro lugar, e como forma de lançar a discussão, fica aqui um pequeno excerto de um comentário no Facebook da GoalPoint, um portal especializado em análise estatística:
"Apesar de não ter estado muito feliz em alguns momentos, o Herrera acabou por ser o jogador com o maior número de passes certos no meio campo contrário (42). A sua prestação defensiva também foi acima da média, e teve por exemplo 4 desarmes (80% de eficácia) e 3 passes interceptados. Números bons para um médio, e melhores que os do Danilo por exemplo."


Transição defensiva:
- Contexto: o FC Porto acabou de perder a posse de bola e, como é hábito na reação à perda, os jogadores aproximaram-se de forma a recuperá-la rapidamente. É isso que faz com que Danilo se encontre naquela posição. Porém, repare-se onde está Herrera e os dois jogadores do Tondela.

Na segunda imagem podemos perceber que Herrera olhou para o grande vazio à frente da defensiva portista. Danilo tinha deixado a sua posição, era urgente que alguém colmatasse a sua falha. Contudo, Herrera continua mais preocupado com a bola e não com o espaço. O que é que acontece?

A bola acaba por cair nesse mesmo espaço. Um mau domínio do primeiro jogador do Tondela dá tempo para que Herrera recupere e some uma recuperação de bola para as estatísticas. Depois de um primeiro erro, Herrera conseguiu corrigir a tempo e se destacou ao recuperar a posse de bola para o FC Porto.

Um passe açucarado de Danilo para Herrera. Uma receção orientada e a situação criada seria bastante perigosa a favor do FC Porto. Seriam 4x4 com bola no corredor central. Porém, Herrera recebe e... passa para trás. Não era isso que a situação pedia, Herrera. De todo. E assim, Herrera somou mais um passe certo para as estatísticas.

Mas que ninguém pense que aqui só se fala mal do Herrera. O trabalho do mexicano no golo de Brahimi é fabuloso. O famoso trabalho invisível que escapa aos olhos do comum adepto porque não é perceptível à primeira vista.
Em primeiro lugar, Herrera oferece apoio dentro para que Brahimi possa tabelar e ultrapassar facilmente o opositor direto. Uma vez que o argelino não passou logo, Herrera procura a profundidade e, assim, arrasta o seu marcador direto abrindo espaço no centro para a entrada de Brahimi.
Foi Brahimi que fez tudo mas foi Herrera que o convidou a fazer. E isso fez toda a diferença.

Análise realizada no âmbito da parceria com o FC Porto24

com a ajuda do utilizador BlueHeart
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