A competir com a camisola do Real Madrid, Cristiano Ronaldo soma 17 golos em 19 jogos. São números completamente absurdos mesmo que deixemos o número de assistências de fora. O contexto atual, infelizmente, não é o mais favorável para o português. O trio MSN continua a fazer maravilhas e a conquistar fãs por todo o mundo. O que é que tem feito grande diferença? A forma como a imprensa tem lidado com todos estes intervenientes e como tem moldado a opinião publica. Mas não só... 
Cristiano Ronaldo tem ocupado zonas do terreno que não lhe são naturais o que acaba por afetar o seu rendimento. Mas vejamos o quarto golo do Real Madrid frente ao Getafe, ontem:


Transição rápida após um pontapé de canto. Cristiano Ronaldo é o elemento mais avançado no terreno e ocupa a zona central. O que é que o português faz? Em vez de ficar no centro e ameaçar a profundidade, obrigando a defesa do Getafe a recuar cada vez mais, procura antes dar largura ao ataque. Coloca-se junto ao corredor direito e temporiza o suficiente para ganhar alguns metros entre a sua posição e a posição da linha defensiva contrária. Porque é que esta distância e este movimento fizeram toda a diferença no sucesso de uma jogada finalizada pelo nº7?


Cristiano Ronaldo vai para a linha de forma a responder aos estímulos que o formaram como jogador. É fortíssimo nestes movimentos porque os treinou, desde sempre. E é isto que ele sempre se habituou a fazer. É nisto que ele é forte. Foi assim que cresceu como jogador.
Para além disso, a distância que deixa para a linha defensiva permite-lhe acelerar até atingir a velocidade de ponta.
Colocar Cristiano Ronaldo de costas para a baliza é um crime. Desaproveitar o movimento mais forte do português é um crime ainda maior.

Cristiano Ronaldo não perdeu a magia. Está é a ser mal aproveitado.

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