Moreirense 2-2 FC Porto




Depois de uma vitória moralizadora perante o Benfica, ainda que com uma pobre exibição, esperava-se nova vitória do Porto no terreno do Moreirense.
Lopetegui procedeu a alterações, sendo que o que mais mexeu com a dinâmica da equipa foi mesmo a entrada de Danilo e Herrera para o meio campo.

É por aí que começamos a análise:



Aqui, Herrera dá a linha de passe correta a Maicon, dentro do bloco, é aqui que a bola entra. No entanto, Danilo está ali a dar uma linha de passe inútil, jogando num duplo pivot, estando um dos médios a dar uma linha de passe central e clara a Maicon, era importante que o outro não se colasse aos centrais e saísse daquela zona já a pensar noutra fase do jogo. A branco está uma sugestão de uma possível movimentação do médio defensivo que garantia mais um jogador no bloco adversário e uma linha de passe clara para Herrera quando este recebesse a bola.



Danilo, uma vez mais, a demonstrar pouca criatividade. Perante uma situação em que tinha tempo e espaço para se virar de frente para o jogo e procurar jogar pela zona central ou um passe que desse algo à equipa, lateraliza para Layun. O mexicano está fora do bloco, vai receber a bola com poucos apoios e numa zona fácil de pressionar, a equipa está a perder hipóteses de progredir no terreno e de criar perigo com passes destes. A verdade é que não se pode criticar muito Danilo nesta situação, porque tendo em conta que estes passes são recorrentes no modelo de Lopetegui, pode muito bem ser ordem do treinador este tipo de movimentos. Lateralizar por lateralizar?



Danilo é praticamente um terceiro central em manobra ofensiva, tenta sempre receber a bola fora do bloco, onde é mais fácil de jogar mas também onde não se cria perigo. Este posicionamento, neste caso, roça o ridículo. O espaço que existe na costa do avançado do Moreirense e à frente da linha média? Quem é que o procura? É suposto arriscar-se um passe bem mais complicado que "coma" duas linhas ao Moreirense? Ou jogar um futebol mais apoiado, mais seguro, de passes curtos?



Mais um pormenor a demonstrar a falta de qualidade ofensiva de Danilo, num lance em que se lhe pede claramente que se enquadre com o jogo e receba orientado tirando dois adversários da jogada, não o consegue fazer recebendo para trás e fazendo com que a equipa tenha que reiniciar toda a construção. Nestes pormenores Rúben Neves é brutalmente superior. A qualidade de receção de Danilo é muito fraca.



Mais uma vez um médio do FC Porto num lance em que está de frente para o jogo e sem pressão opta por lateralizar. O que é que a equipa ganha com isto?



Desde que Lopetegui chegou ao FC Porto que este aspeto na sua primeira fase de construção causou estranheza a muita gente, os laterais encontram-se extremamente recuados funcionando como linhas de passe laterais diretas para os centrais. A questão é mesmo qual a vantagem de um passe destes. Aqui, Marcano tem espaço para conduzir até, o passe para Layun é inútil, sendo que este devia estar bem mais avançado no terreno.



Um dos poucos jogadores que explora o jogo interior é Maxi (porquê?). Aqui, vendo que o extremo do seu lado está aberto percebe que o mais correto é tentar entrar pelo meio, ganha assim o livre que dá origem ao golo de Maicon. Infelizmente, é bem mais provável que estes movimentos se devam ao facto de ser recorrente vê-lo fazer isto no Benfica do que algo trabalhado num modelo de jogo com tanta fobia do miolo.



É daqui que surge o primeiro golo do Moreirense, a bola é batida longa e Maicon sozinho e com tempo para tudo opta por um alivio estupido. A bola cai na zona de ação de Herrera que com a sua intensidade reconhecida por todos não a consegue ganhar. Depois vemos Danilo a ser atraído pelo jogador à sua frente desprotegendo o espaço entrelinhas e permitindo que Iuri receba a bola lá, devia ter ficado mais recuado que André André dando-lhe cobertura, foi atraído pela referência individual.




Depois Iuri Medeiros com uma tabela fica na cara do guarda-redes. Quem fica mal aqui é Maxi que foi muito lento a cobrir Maicon que foi obrigado a sair em Iuri, ficou demasiado agarrado ao extremo adversário e não foi a tempo de impedir o golo.



 Aqui fica um exemplo da falta de inteligência posicional de Herrera, com a ação do jogo a decorrer do lado oposto ao seu fica simplesmente a ver em vez de reagir, a azul está assinalado aquilo que seria o posicionamento correto. Herrera não é um jogador intenso, bem pelo contrário.



Análise realizada no âmbito da parceria com o FC Porto24
com a ajuda dos utilizadores BlueHeart e IdolW0rm.
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