Dynamo Kyiv 2-2 FC Porto




O Estádio Olímpico de Kiev foi o palco que acolheu este embate entre Dinamo Kiev, onde militam os portugueses Miguel Veloso e Antunes, e o FC Porto, em jogo a contar para a ronda inaugural da Liga dos Campeões.
Depois de um jogo muito bem conseguido, no último sábado frente à equipa de Arouca, o FC Porto apareceu em Kiev com um semblante bastante diferente daquilo que lhe é habitual. Lopetegui apresentou uma equipa conservadora com quatro médios, dois deles de carácter mais defensivo.

O FC Porto tendia a assumir um 4x2x3x1 tanto para atacar como para defender. Para baralhar o adversário, Lopetegui exigiu que Herrera, André André e Brahimi trocassem de papéis. Não correu bem. Para além de algumas falhas defensivas, a organização tendeu a "desorganizar-se". André André não serve para jogar na ala, Brahimi é capaz de conseguir algo no centro do terreno se receber a bola de forma a enfrentar a linha defensiva e com algum espaço, Herrera... é Herrera.

Estamos no início do jogo. Rúben Neves acompanha Miguel Veloso de perto e já se pode ver que é imperativo impedir que a equipa anfitriã desenvolva o jogo pelo centro. Aboubakar de olho em Rybalka, Herrera e Danilo sobre Garmash. Dois no mesmo? Perguntam vocês. Já lá vamos...


 Rúben Neves mantém a marcação apertada ao seu opositor direto. Aboubakar aponta para Rybalka. "Este não é meu!" - disse.


Rúben Neves mantém vigilância apertada e obriga Miguel Veloso a baixar para receber. Até que Danilo decide explicar a Herrera: -"O teu é aquele!"



Aos 13 minutos e 28 segundos, Herrera troca de funções com André André.


Desta vez, é Rúben que cola a Rybalka enquanto Herrera fica para Garmash. Danilo ficaria com Miguel Veloso, certo? Sim, deveria ter ficado... mas é Rúben que é obrigado a recuperar. O posicionamento dos três médios até é bom. Mas tem, obrigatoriamente, de ser acompanhado por uma defesa mais subida e de uma maior pressão sobre o portador para que este não tenha liberdade. A equipa do FC Porto parecia confusa, sem saber quem marcar e em que zona pressionar.



Tu tens este, eu tenho aquele, ele tem o outro. É fácil, certo? Errado. Quando a equipa adversária se vê encurralada é natural que procure mudar qualquer coisa, baralhar o que já era estável.  Como se pode ver pelo gif, Miguel Veloso e Garmash trocaram de posições. Ora, atentem a Danilo e Miguel Veloso. O erro não acontece apenas no desequilíbrio que se cria.

O maior erro é mesmo de Danilo que acaba por ser atraído à zona da bola (ninguém faz falta?) e quando se apercebe que não está no lugar correto acelera o passo na tentativa de corrigir o seu posicionamento.


Trocar do meio para a ala e da ala para o meio é bastante confuso para Herrera. Ou então Rúben Neves é que devia ter-se mantido no seu homem ao invés de procurar pressionar Rybalka como se previa que acontecesse. Ou se calhar é Danilo que está traumatizado do erro que cometeu e já não larga Miguel Veloso nem por nada. Dois homens para Veloso e nenhum para Garmash? Corre, Rúben.


Maxi acabou de atrasar a bola para trás, ou seja, o FC Porto estava no ataque. Herrera, Brahimi, Danilo, Rúben Neves, Layún... O número de linhas de passe dos dragões é algo fabuloso! Impossível não apreciar!


O criativo Danilo.



Os extremos do Dinamo Kiev baixavam para a linha do médio defensivo e procuravam ocupar zonas interiores. Através desta disposição, os anfitriões procuravam convidar o FC Porto a jogar pelas alas.


Danilo a demonstrar o que é intensidade defensiva. Pressionar o portador da bola? Para quê? Já agora, destaque também para Layún, o senhor "buraco" do lance.
Gusev procurou realizar várias vezes este movimento. Oferecia linha de passe interior, entrelinhas, oferecendo o corredor ao lateral Antunes. Uma vez que Rúben Neves e Danilo corriam desalmadamente com as suas marcações individuais, tornava-se fácil para Gusev receber no espaço-entrelinhas. Mas já lá vamos, uma vez que não foi situação única neste jogo.



Brahimi contra o mundo. E o árbitro a explicar onde é que André André ou Aboubakar devem estar. Não, estão à espera que seja Brahimi a resolver. Já agora, dá para perceber a disposição do Dinamo, certo?


A distância entre a linha defensiva e a linha média é ridícula para um clube como o FC Porto que afirma sonhar alto nesta edição da Liga dos Campeões. Rúben Neves com Miguel Veloso. Gusev baixa para receber numa zona onde irá ter tempo e espaço para tudo.



Quatro. São quatro jogadores do Dínamo Kiev para Maicon e Maxi Pereira. Indi tinha saído ao homem que está a chegar à área. Danilo e Rúben Neves pararam, entretanto. Nenhum deles deve saber qual dos dois tem a tarefa de compensar a defensiva após a saída do holandês.



Danilo, uma vez mais, demora a recuperar e Buyalskiy fica em excelentes condições de receber e enfrentar a linha defensiva contrária. Chegando atrasado, vê-se quase que obrigado a fazer falta. Livre... e o resto vocês já sabem.



Análise realizada no âmbito da parceria com o FC Porto24
com a ajuda dos utilizadores BlueHeart e IdolW0rm.
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