Schalke 04 0-0 FC Porto




Durante o jogo, Luís Freitas Lobo referiu (e muito bem) as "características individuais de cada jogador a influenciar o jogo coletivo". Rúben Neves é bom a distribuir, a variar o centro de jogo. Danilo é mais possante, mais físico e pode oferecer mais músculo naquele meio-campo. Evandro é... simplesmente Evandro. Só falha pelo medo de assumir o protagonismo. Enfim, jogadores completamente diferentes para as mesmas posições. Acredito que o FC Porto tem várias opções bastante boas, ao nível da linha média, para enfrentar diversos cenários. Falta o criativo.


Ao contrário do que tem sido habitual, em que o extremo pede bola junto à linha e permite a entrada de um médio/avançado nas costas, aqui as coisas foram diferentes. E não, não foi uma situação singular. Aconteceu mais do que uma vez. Neste caso foi Varela que se colocou entre-linhas a pedir bola permitindo ao lateral (Ricardo) dar largura.
Acredito que venha a ser algo bastante habitual com Alex Sandro e Maxi nas alas.

Brahimi perde, várias vezes, a noção de quando deve segurar e soltar a bola. Não foi só uma vez que o argelino podia ter jogado fácil mas quis, ele próprio, assumir.


Passar para o médio ou tentar fintar com o perigo de perder a bola e oferecer ao Schalke uma oportunidade perigosa? Fintar, claro.

Seja Maicon, seja Lichnovsky, seja Marcano. O princípio é pressionar e condicionar de imediato a ação do jogador prestes a receber a bola.


Isto é algo que se ensina a miúdos de 8 anos. Ali, Alex Sandro tem de ficar em linha com Marcano e alinhar com o segundo poste. Embrulham-se os dois com o mesmo jogador. Basta que este arraste a marcação para o primeiro poste e o outro jogador do Schalke pode surgir à vontade ao segundo. Uma falha de bradar aos céus.

A segunda parte trouxe novidades. Um jogo mais vertical e mais rápido.
Apesar de não concordar com a forma como se inicia a construção, toda a jogada é boa. Laterais entre-linhas, a fazer "campo grande". André André recebe à vontade (acredito que tantas trocas no meio-campo tenham baralhado o Schalke que nem se parece preocupado em condicionar diretamente o portador), vira-se e percebe a aproximação do extremo. É o mesmo movimento que Varela fez há bocado. Em dois, três passes, estava criado o desequilíbrio. Bola no extremo, este dá no avançado que acaba por dar na linha onde surge Maxi.

Pressionar de imediato. Não interessa se isso desequilibra a equipa. E Draxler, de forma muito simples, tira Maicon da jogada.


Aqui pode residir uma das grandes diferenças no início da construção. Helton joga bem com os pés e não tem pejo em jogar para a zona central independentemente do risco que isso acarreta muitas vezes. Casillas está muito longe de o fazer apesar de se encontrar em melhores condições. Ora, uma vez que o espanhol deverá ser o dono da baliza do FC Porto... alguma coisa terá que mudar.

Sem comentários :

Enviar um comentário