Club Brugge 0-4 Manchester United

Para além de jogar com uma defesa média-baixa, veja-se o espaço entre-linhas deixado pelo Club Brugge. Quando o Manchester United iniciava a construção, apenas Tom De Sutter, procurava pressionar a saída de bola e os centrais. O problema da equipa orientada por Michel Preud'homme aparecia depois. O Manchester United não tinha pressa em progredir no terreno e só arriscava com ponderação e de forma bastante lenta o que acabava por atrair a linha média do Club Brugge. A linha defensiva, porém, mantinha-se no mesmo sítio e não acompanhava a subida da linha média. Resultado? Um enorme espaço entre-linhas que podia ser utilizado como se vê neste lance. Luke Shaw passa para Depay e este devolvia de primeira para Shaw que acaba por ficar de frente para a linha defensiva e com imenso espaço para progredir.
Para além disso, veja-se Januzaj a ser marcado individualmente e o espaço que o seu posicionamento liberta.


Uma ligeira diferença de apenas um segundo mas que demonstra uma clara falta de noção de Rooney para perceber como poderia facilitar o lance a Mata. Aquilo que dá origem a este lance é muito fácil de explicar: Mata recebe de frente para a linha média, passa para Rooney e este devolve para Mata que, entretanto, já ultrapassou a linha média e está agora de frente para a linha defensiva.
Rooney poderia servir como apoio voltar a executar o mesmo tipo de jogada, o famoso 1x2x1 que permite ultrapassar facilmente vários adversários. Porém, esta não teria sido a melhor opção uma vez que De Bock, defesa esquerdo do Club Brugge, já está a recuperar ao lado de Mata.
Rooney deveria antes ter procurado o movimento de rotura para as costas do central que oferece o corpo à bola na tentativa de arrastar a marcação do outro central e abrir espaço no centro do terreno para Mata.
O Club Brugge defende com referências individuais e o mais provável era que Castelletto acabasse mesmo por acompanhar Rooney.


Apoios ao portador da bola? Manchester United de Van Gaal a depender da iniciativa individual.


No futebol, é natural que os lances se vão repetindo quando não são corrigidos. Lembram-se daquilo que foi falado anteriormente? A distância entre a linha defensiva e a linha média, a iniciativa individual, as marcações HxH por parte da defensiva do Club Brugge... 
O primeiro golo do Manchester United é tudo isto e esta situação já dispensa explicações.
Já agora, veja-se a passividade de Vormer, médio do Brugge, para recuperar e ocupar o espaço central à frente da defesa. Depois de Depay ter criado o desequilíbrio, o central que estava a marcar Rooney é atraído ao portador da bola o que acaba por libertar o internacional inglês. 
Medíocre este Club Brugge.

Apesar de poder ser pouco perceptível aqui, quis aproveitar este lance para demonstrar a ação de Rooney no momento em que vai para receber a bola. O inglês simula que vai para um lado e, de repente, muda de direção de forma a ficar de frente para a baliza.
Ora, pelas repetições que vi esta ação individual não terá tido assim tanta preponderância mas, apesar de tudo, é algo que muitas vezes escapa aos olhos dos adeptos e, principalmente, das estatísticas e que também deveria ser valorizado.
E, de repente, lembrei-me de Lucas Moura.

Falemos então da passividade ou da falta de agressividade da linha média no momento em que ocorre a perda de bola e os jogadores são obrigados a assumir outro tipo de comportamentos. Quer dizer, o melhor é mesmo apreciar e rir um bocadinho. Ainda gostava de perguntar ao Preud'homme se pretendia mesmo levar o clube à Champions a jogar assim...

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